A nossa rotina com o Programa Baby Signs® dos 3 aos 7 meses

Para além de instrutora Baby Signs® e de terapeuta da fala sou mãe de uma menina, de agora 7 meses e meio mas que conheceu junto comigo o Programa Baby Signs® aos 3 meses. Não sei, da parte dela, o que achou com essa idade, mas que a mãe ficou rendida, lá isso ficou, e chegou a casa a fazer gestos.

Com 3 meses apenas sabia que ela não se interessaria pelo conteúdo do gesto, nem tampouco pela sua intenção comunicativa. Na verdade interessava-se pelos movimentos das mãos, que lhe prendiam a atenção, não direi horas, mas segundos a fio.

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Começámos com poucos gestos e na verdade hoje em dia não são muitos os gestos que fazemos (já vos vou explicar quais são) mas a consistência daqueles que fazíamos e fazemos sempre foi o principal.

Num bebé que se alimenta apenas de leite, seja materno ou não, é uma atividade muito repetida e muito esperada no seu dia-a-dia e essa atividade prazerosa e recompensadora é ótima para reforçar o gesto. Portanto, “leitinho” foi o primeiro dos gestos a ser feito e mais tarde (pelos 5 meses talvez), com um grande sorriso seguido da procura pela maminha, foi o primeiro a ser reconhecido e associado à atividade a que correspondia.

Outro gesto feito desde cedo foi o do banho, ora porque ia tomar banho, e como adorava também essa rotina, ora porque ia para a casa de banho ver o pai, ou a mãe tomarem banho para não ficar a chorar sozinha. Não estou certa da sua compreensão desse gesto, mas que sorri, lá isso sorri!

Aos 5, 6 meses veio  a alimentação complementar e essa não é de todo uma atividade do seu agrado, ainda hoje. Mas é importante, até para que reduza a ansiedade no momento de sentar na cadeirinha e por o babete, que saiba exatamente o que vai fazer e então surgiu o gesto de “comer”: vais “comer” a sopa, vais “comer” a fruta, hmmm, “comer” é tão bom!!! E quem come, também bebe, portanto escolhemos o gesto de “beber” para representar a água que bebe pelo biberão.

É mesmo muito fácil encaixar os gestos na rotina. Então aqueles que representam as atividades do dia-a-dia e que são tão naturais e intuitivos é raro esquecermo-nos de fazer.

Depois, com a exploração do mundo, com o sentar e agora o gatinhar e uma maior exploração de brinquedos, aparecem novos objetos, os livros, os animais, e tanto gesto que podemos introduzir enquanto brincamos. Não a enchemos de gestos de repente, não a bombardeamos com histórias, músicas e brincadeiras com 10 gestos seguidos, mas pegamos nos seus interesses e brincamos enquanto fazemos os gestos. O cão é um animal que vemos frequentemente na rua (uma vez que não temos cão em casa) e todas as crianças adoram os cães nem que seja só pelo gosto de os ver mexer. Começámos a chamar o “cão” fazendo o gesto de “cão” e ladrando muito: ai como ela achava piada quando ladrávamos! Este foi o gesto que começou por imitar e a imitação faz parte do desenvolvimento do gesto, ainda que sem intenção comunicativa. Só nos cabe repetir, repetir, repetir.

Agora tem o seu peluche de “macaco” a quem dá abraços e mais uma vez, ri muito quando imitamos o macaco fazendo o seu “gesto”. Depois há os peixinhos, o leão, o gato ou o passarinho, e outros animais e objetos nos livrinhos  e brinquedos dela e é fácil encontrar ideias para fazer gestos enquanto brincamos. Ela atenta a nossa expressão, aos movimentos das nossas mãos e assim aprende – queremos acreditar!

Agora que a creche começou incluímos na mochila um guia de gestos e embora ainda não os faça, temos muita vontade de contagiar as esducadoras e a escola a querer compreendê-la de futuro e ajudá-la na exploração de gestos, canções e histórias.

Tentamos não deixar escapar algumas oportunidades para lhe mostrar gestos, mas tanto eu como o pai, e na rapidez com que o dia passa, esquecemo-nos de fazer algum gesto importante, mas há formas que ajudarão a lembrar e se ambos estivermos motivados é mais fácil de nos lembrarmos um ao outro.

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Esta é a minha experiência e como implementámos até agora os gestos na rotina. Este é um testemunho para os pais que não sabem se devem ou não começar tão cedo. Aqui em casa fez sentido começar cedo, mas também sabíamos que as expectativas não podiam ser imediatas. O tempo mostrará que valeu a pena. E já está a valer.

Estou disponível para vos esclarecer qualquer questão sobre o fantástico mundo do Programa Baby Signs®.

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Margarida Luz

Instrutora Certificada Independente

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